OS
MÉTODOS DE IRRIGAÇÃO
Existem
basicamente quatro métodos de irrigação:
- Irrigação por aspersão
- Irrigação localizada
- Irrigação por superfície
- Irrigação subterrânea
1 Irrigação por
aspersão
A aplicação da água ao solo
resulta da subdivisão de um jato d´água lançado sob pressão no ar
atmosférico, através de simples orifícios ou de bocais de aspersores.
Os sistemas de aspersão são
classificados em dois grandes grupos:
Sistemas
convencionais: são constituídos por linhas principal, secundárias e laterais e,
sobre estas, são acoplados os aspersores. As linhas secundárias muitas
vezes são dispensáveis.
Sistemas
mecanizados: foram desenvolvidos com o objetivo de reduzir o emprego da
mão-de-obra na movimentação das canalizações. Os mecanismos utilizados para a
movimentação dos equipamentos podem ser hidráulicos, como as turbinas e pistões
hidráulicos, que utilizam como fonte de energia a própria pressão da água
fornecida pela motobomba, ou então mecanismos elétricos. Até mesmo o
trator agrícola é utilizado para mudanças de posição de operação.
1.1 Sistemas
convencionais
Dependendo da mobilidade das
tubulações na área irrigada, esses sistemas podem ser subdivididos em:
Fixos permanentes: apresentam as tubulações
enterradas e apenas as hastes dos aspersores e dos registros
permanecem à superfície do terreno. São sistemas de alto custo inicial,
justificando-se apenas para irrigação de pequenas áreas, culturas de alto valor
econômico, como flores e produção de sementes, e em locais onde a mão-de-obra é
escassa e/ou cara. São sistemas bem adaptados a condições de solo arenoso, com
baixa capacidade de retenção de água e climas com alta demanda evaporativa. São
também usados para irrigação de jardins e gramados,
utilizando-se aspersores escamoteáveis.
Fixos temporários: as linhas laterais, secundárias e principal
permanecem fixas em suas respectivas posições durante a realização das
irrigações, cobrindo toda a área. Diferem dos sistemas permanentes no aspecto
de que apresentam as tubulações dispostas sobre a superfície do terreno,
podendo ser removidas quando desejado.
Semifixos: as linhas principal e secundárias permanecem fixas, enterradas ou não.
Apenas as laterais, cobrindo parte do campo, deslocam-se nas diferentes
posições da área irrigada. Para isso, as tubulações são leves, dotadas de
juntas ou conexões de acoplamento rápido. Os aspersores são conectados
diretamente sobre os tubos que compõem a linha lateral ou sobre acessórios
especiais acoplados nas extremidades dos tubos. O deslocamento das laterais
pode ser efetuado manualmente ou, para economizar tempo e mão-de-obra,
principalmente em culturas de porte alto, as laterais podem ser montadas sobre
pequenas rodas e o deslocamento é efetuado por um trator.
Portáteis: todas as linhas que compõem o sistema são móveis, deslocando-se
progressivamente na área irrigada. Até mesmo a unidade de bombeamento pode ser
deslocada. São casos típicos em que se procura substituir o custo inicial de
aquisição do equipamento por custo operacional, em função da maior quantidade de
mão-de-obra requerida no deslocamento das tubulações. São normalmente
projetados com até quatro linhas laterais e com tempo diário de operação
variando de 8 a 18 horas.
1.2 Sistemas mecanizados
Linhas laterais autopropelidas: constituem os sistemas
mecanizados em que a linha lateral, contendo os aspersores, é dotada de
mecanismos propulsores que asseguram sua movimentação contínua ou intermitente
na área irrigada. De acordo com a direção do deslocamento podem ser
classificados da seguinte forma: sistema com deslocamento linear e
sistema com deslocamento radial (pivô central).
Lateral rolante: trata-se de um sistema com movimentação
intermitente, sendo constituído basicamente por uma linha lateral contendo os
aspersores, operando como um eixo com rodas metálicas regularmente espaçadas.
Na parte central dessa linha suportada por rodas, encontra-se a unidade
propulsora, geralmente constituída por um motor a gasolina com potência entre 5
e 7 CV, um sistema redutor composto de engrenagens e um sistema de transmissão
por correntes.
Aspersores autopropelidos: este sistema irriga faixas longas, de largura
variável, deslocando-se de forma contínua e linear no sentido do eixo da faixa.
O aspersor funciona setorialmente, de maneira que o seu deslocamento se faz em
solo seco. Em geral, o aspersor utilizado é do tipo canhão, com alcance
superior a 30 m e o setor angular de cobertura superior a 180o. Os
equipamentos mais comuns no mercado são aparelhos tracionados à cabo e por
mangueira.
Montagem direta: é um sistema muito utilizado em áreas canavieiras,
sendo empregado para a distribuição de efluentes originários de destilarias de
álcool (vinhaça) em áreas cultivadas com cana-de-açúcar. Caracteriza-se por
apresentar uma unidade móvel de bombeamento, acionada por um motor de combustão
interna e um canhão hidráulico, que pode estar instalado na mesma unidade
móvel, ou então, na extremidade de uma tubulação, geralmente de alumínio, com
60 a 90 m de comprimento. O suprimento de efluente ao sistema é feito através
de canais estrategicamente localizados nas áreas de aplicação.
2 Irrigação Localizada
A
irrigação localizada compreende a aplicação de água em apenas uma fração da
área cultivada, em alta freqüência e baixo volume, mantendo o solo, na região
radicular das plantas, sob alto regime de umidade.
Os
sistemas de irrigação localizada podem ser classificados de acordo com um
critério de vazão:
Sistemas de alta vazão (16 a 150 L/h): os sistemas de alta vazão
incluem os por microaspersão e por difusão. Nos sistemas por microaspersão,
os emissores de água possuem algum tipo de elemento giratório que distribui a
água, acionado pela própria pressão desta. Nos sistemas por difusão, os
emissores não possuem elemento giratório, mas pulverizam e distribuem a água
pela ação de algum outro dispositivo, por exemplo, uma placa difusora.
Sistemas de baixa vazão (inferior a 16 L/h): compreendem os sistemas de
gotejamento (tubo gotejadores, microtubos, cintas de exudação e gotejadores
conectados sobre o tubo).
Microaspersão
Tubo gotejador
Botão gotejador
3 Irrigação por Superfície
Os
sistemas de irrigação por superfície, também denominados irrigação por
gravidade, têm como principal característica distribuir a água na área irrigada
utilizando a superfície do solo para o escoamento gravitacional, de forma a
permitir um escoamento contínuo, sem causar erosão. Podemos classificar os
sistemas de irrigação por superfície em:
Irrigação por sulcos: consiste da inundação parcial e temporária, por
condução da água na superfície do solo. Existem diferentes tipos de sulcos,
como por exemplo: retilíneos em nível, retilíneos com gradiente, em contorno,
em ziguezague, em dentes, etc. Os sulcos retilíneos apresentam melhor
capacidade para o manejo da irrigação em relação aos demais sistemas de
irrigação por superfície.
Irrigação por tabuleiros de inundação: consiste da inundação total por
contenção da água na superfície do solo. Aplica-se à irrigação de áreas
relativamente em nível, margeadas por pequenos diques para prevenir a perda de
água. Exige sistematização mais rigorosa da área, construção de redes de canais
para distribuição da água e um sistema de drenagem eficiente. A água é derivada
do canal para o tabuleiro através de comportas no talude do canal. É importante
que a água cubra rapidamente o tabuleiro e, exceto para a cultura do arroz, o
fornecimento de água é interrompido quando o volume necessário tenha sido
aplicado. Particularmente, para a cultura do arroz, em que o período de
inundação é necessariamente prolongado, deve-se manter uma lâmina de água sobre
a superfície do solo.
Irrigação por faixas: consiste da inundação total por condução da água
na superfície do solo, por um tempo suficiente para aplicar a quantidade de
água necessária à irrigação. As faixas podem ser construídas em nível ou com
gradiente longitudinal. A declividade transversal deve ser nula. As faixas em
nível não possuem drenagem livre e são semelhantes aos tabuleiros de inundação,
quando há necessidade de manter uma lâmina de água sobre a superfície do solo.
As faixas com gradiente, geralmente possuem um declive na direção do escoamento
entre 0,05 e 2%.
4 Irrigação
Subterrânea
A instalação desses sistemas está condicionada à presença do lençol freático a
uma profundidade adequada da superfície do solo, capaz de manter um fluxo
satisfatório de água à zona radicular da cultura, satisfazendo, assim, suas
exigências em evapotranspiração.
Geralmente, estão associados a um sistema de drenagem subterrânea, de maneira
que a prática da irrigação subsuperficial resulta simplesmente do controle do
nível da água nos drenos. São simples e, havendo condições satisfatórias, a sua
instalação pode-se constituir nos sistemas de menor custo dentre todos
existentes.
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